Disputa judicial pode encerrar domínio da Marquise na coleta de lixo em Porto Velho após 30 anos

Disputa judicial pode encerrar domínio da Marquise na coleta de lixo em Porto Velho após 30 anos

Porto Velho (RO) – Uma disputa judicial envolvendo a empresa AURORA Ambiental e a Prefeitura de Porto Velho pode pôr fim à longa atuação da Marquise Ambiental no serviço de coleta de resíduos da capital, após mais de três décadas de contrato com o município.

A polêmica começou quando a Prefeitura desclassificou a AURORA em um processo emergencial, alegando a apresentação de uma certidão supostamente falsa referente ao Atestado de Capacidade Técnica. Em resposta, a empresa ingressou com um mandado de segurança na 2ª Vara da Fazenda Pública e obteve uma liminar favorável, suspendendo a desclassificação e o próprio processo emergencial.

Essa decisão acabou favorecendo indiretamente a Marquise, que mantém um contrato com a prefeitura desde a década de 1990. Apesar de um novo contrato ter sido assinado em 2024, ele foi anulado em 2025, e a disputa atual reacende a chance da Marquise permanecer, ao menos temporariamente, prestando o serviço.

A prefeitura perdeu o prazo para recorrer da liminar e, em 8 de julho, solicitou ao Tribunal de Justiça a suspensão da decisão. No dia seguinte, porém, pediu a desistência da própria liminar — um pedido que não teve aval do Ministério Público. O caso agora está nas mãos do presidente do TJ-RO, desembargador Raduan Miguel.

Caso o Tribunal decida a favor da prefeitura, a empresa Amazon Fort / Orizon poderá ser contratada, o que pode representar o fim do vínculo da Marquise com o município após mais de 40 anos.

A situação destaca os desafios envolvendo licitações, contratos emergenciais e a exigência de qualificação técnica das empresas que atuam em serviços públicos essenciais. O desfecho do processo pode impactar diretamente o futuro da coleta de lixo e da gestão ambiental de Porto Velho.