Câmara de Cerejeiras nega existência de documento sobre assédio; servidores apontam omissão e irregularidades

Durante a gestão anterior do ex-presidente da Câmara Municipal de Cerejeiras, vereador Samuel Carvalho, um vereador foi acusado de assédio sexual no ambiente de trabalho. Segundo relatos de servidores, a assessoria jurídica da Casa produziu um documento com advertência formal ao parlamentar, a pedido do então presidente.
Contudo, ao responder a uma solicitação recente, o atual presidente da Câmara, Celso Lopes (União Brasil), negou oficialmente a existência desse documento. A resposta, considerada genérica e evasiva, causou estranheza entre os servidores, que afirmam que o conteúdo circulou internamente e era de conhecimento da gestão anterior.
Fontes ligadas ao Legislativo local sustentam que o desaparecimento do documento pode configurar prevaricação, omissão ou até supressão de material de interesse público, já que Celso Lopes teria ciência dos fatos.
Diante da negativa institucional, foi elaborado um dossiê com depoimentos, provas e evidências circunstanciais. O material foi protocolado junto ao Ministério Público de Rondônia, que deverá apurar o caso. O número do protocolo e o nome do denunciante permanecem sob sigilo, como medida de proteção.
Outro ponto levantado no dossiê envolve um celular corporativo da Câmara, que, embora devesse estar desativado, ainda mantém uma conta de WhatsApp ativa. A conta possui foto de perfil de uma pessoa que não pertence ao quadro funcional, o que levanta suspeitas de uso indevido de patrimônio público e possível ligação com os fatos denunciados.
Os elementos reunidos reforçam a necessidade de investigação ampla, abrangendo tanto os relatos de assédio quanto possíveis irregularidades administrativas. A sociedade aguarda transparência e responsabilização por parte das autoridades competentes.