Assembleia descarta cassação de Marcos Rocha, mas articula processo contra vice-governador Sérgio Gonçalves

Apesar dos rumores divulgados por alguns veículos de imprensa, não há qualquer movimentação na Assembleia Legislativa de Rondônia para abertura de processo de cassação do mandato do governador Marcos Rocha (União Brasil). Mesmo diante das recentes tensões políticas envolvendo o vice-governador, não existem indícios de irregularidades que configurem crime de responsabilidade por parte do chefe do Executivo estadual.
Já em relação ao vice-governador Sérgio Gonçalves, a situação é diferente. Nos bastidores do Palácio Rio Madeira, aliados do governo e parlamentares da base defendem a abertura de um processo de cassação de seu mandato. Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Gonçalves é alvo de apurações sobre possíveis irregularidades envolvendo concessões e contratos com empresas supostamente ligadas ao seu grupo econômico, fato considerado suficiente por alguns deputados para justificar a medida.
Nos bastidores, a articulação é vista como uma manobra para abrir caminho à saída de Marcos Rocha do cargo em abril de 2026, visando permitir sua articulação eleitoral sem deixar o governo nas mãos de Gonçalves, com quem rompeu politicamente. Com a eventual cassação do vice, quem assumiria o comando do Executivo durante a desincompatibilização seria o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alex Redano — cenário que agrada ao grupo governista, por fortalecer a base e a reeleição de Redano com o apoio do governador.
Silêncio estratégico
Sérgio Gonçalves, que foi exonerado ao vivo durante uma entrevista à Rema TV, optou por não comentar publicamente o caso até o momento. Em suas redes sociais, publicou apenas um vídeo com a bandeira de Rondônia, como símbolo de fidelidade à Constituição Estadual, que jurou defender ao assumir o cargo.