Vereadores denunciam retenção de massa asfáltica para favorecer suposto projeto político do irmão do prefeito de Porto Velho
Wilson Aguiar
Out 17, 2025
Vereadores de Porto Velho apresentaram nesta semana uma denúncia grave contra a atual gestão municipal. De acordo com o vereador Marcos Combate (AGIR), o prefeito Léo Moraes (Podemos) teria determinado que a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) “segurasse” o uso de massa asfáltica para beneficiar um suposto projeto político do irmão, Paulo Moraes Jr., visando as eleições de 2026.
Segundo a denúncia, a prefeitura contratou R$ 18 milhões em massa asfáltica — cerca de 22 mil toneladas — mas, conforme relato de uma servidora da Seinfra, apenas 3.500 toneladas foram aplicadas nos últimos 60 dias. Enquanto isso, diversas ruas da capital continuam com sérios problemas de trafegabilidade, como no bairro Lagoa, citado pelo vereador.
“Cinco mil toneladas dariam para asfaltar o bairro todo. Enquanto a população anda na lama, o asfalto está sendo retido para ser usado em ano eleitoral. Isso é covardia”, afirmou Marcos Combate.
Além da denúncia sobre a paralisação de obras, os vereadores apontam que o projeto político de Paulo Moraes Jr. estaria centralizando as ações da atual administração. Segundo eles, servidores comissionados e secretários estariam sendo pressionados a apoiar politicamente o irmão do prefeito, sob risco de exoneração.
Um dos exemplos citados é o da vice-prefeita Magna dos Anjos, que teria perdido espaço na gestão após manifestar interesse em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa com apoio de lideranças religiosas. Conforme os vereadores, ela foi pressionada a concorrer à Câmara Federal, mas ao resistir à imposição, foi gradualmente afastada das agendas oficiais da prefeitura.
Durante as comemorações dos 111 anos de Porto Velho, a ausência de Magna nos eventos oficiais foi notada. Já Paulo Moraes Jr. teve presença de destaque, o que reforçou, segundo os denunciantes, a tese de que a gestão está sendo usada para impulsionar sua pré-candidatura.
A Prefeitura de Porto Velho ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações.
