Antônia Quintão Sampaio: a educadora pioneira que moldou a história do Guaporé e de Rondônia

Antônia Quintão Sampaio: a educadora pioneira que moldou a história do Guaporé e de Rondônia
Crédito:Gazeta Rondônia

Rendemos homenagem a uma das figuras mais importantes para o desenvolvimento educacional da região que viria a se tornar Rondônia, ainda nos tempos do Território Federal do Guaporé: Antônia Quintão Sampaio, um símbolo de vocação, coragem e serviço público.


I. O despertar de uma vocação (1922–1943)

Nascida em Rolim de Moura, então pertencente ao Estado de Mato Grosso, em 13 de junho de 1922, Antônia descobriu cedo seu chamado para a educação. Em 1937, aos 15 anos, foi nomeada interinamente professora da escola rural mista do município. Ali, dedicou mais de seis anos ao ensino primário, levando conhecimento a comunidades isoladas, em uma época em que a educação era um desafio diário para quem vivia no interior profundo do Guaporé.


II. O pioneirismo nas décadas de 1940 e 1950 e a missão com Dom Rey

O trabalho de Antônia se alinhava ao projeto visionário de Dom Francisco Xavier Rey, o “Apóstolo do Guaporé” e primeiro Prelado de Guajará-Mirim. Diante do elevado índice de analfabetismo, Dom Rey implementou escolas para formação de professoras aptas a atuar nas regiões mais remotas do território.

Como uma das primeiras professoras rurais da região — atuando em Rolim de Moura, Pedras Negras e outras localidades ribeirinhas — Antônia tornou-se peça fundamental nesse esforço. Levou educação, cultura e organização escolar a comunidades distantes, contribuindo para consolidar a estrutura social do recém-criado Território Federal do Guaporé.

Em abril de 1944, passou oficialmente a integrar o quadro funcional do Território. Três anos depois, em 1947, seu trabalho ganhou ainda mais destaque: como Dirigente da Escola Rural de Rolim de Moura, recebeu a missão de inspecionar as escolas de Pedras Negras, Limoeiro e Porto Murtinho, com o objetivo de “unificar, quanto possível, o ensino no Território”.


III. Legado, família e reconhecimento

Ao longo das décadas, Antônia Quintão Sampaio construiu uma trajetória exemplar no serviço público. Casou-se com Bento Coutinho de Sampaio em 2 de janeiro de 1952 e, já assinando como Antônia Quintão Sampaio, fixou residência em Pedras Negras e Guajará-Mirim. Nesses locais, além de educadora, atuou também como Juíza de Paz do Distrito de Pedras Negras.

Seu trabalho incansável lhe rendeu importantes honrarias:

  • Medalha Mérito Marechal Rondon – recebida em 1979;

  • Título de Cidadã Guajaramirense – concedido pela Câmara Municipal de Guajará-Mirim no mesmo ano, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município e ao Território Federal de Rondônia.

Antônia faleceu em 4 de março de 2000, deixando o esposo, quatro filhos e um legado inapagável. Sua vida representa a força, o pioneirismo e a dedicação que ajudaram a construir a história educacional do Guaporé e de Rondônia.