Atraso da Prefeitura ameaça atendimentos psicológicos a servidores em Porto Velho

Atraso da Prefeitura ameaça atendimentos psicológicos a servidores em Porto Velho

Clínica credenciada ao IPAM anuncia suspensão parcial dos serviços e alerta para possível paralisação total até 15 de agosto

Porto Velho, RO – Os atendimentos psicológicos e psiquiátricos oferecidos a servidores públicos municipais de Porto Velho estão sob risco de suspensão. A clínica Cliom, uma das principais prestadoras credenciadas ao IPAM (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município), informou que irá interromper os atendimentos caso os repasses em atraso não sejam regularizados até o dia 15 de agosto.

A clínica já suspendeu os serviços odontológicos nesta semana devido à falta de pagamento por parte do IPAM. Segundo a direção da unidade, a Prefeitura de Porto Velho, responsável pelo Instituto, não realiza os repasses há mais de sete meses, mesmo com os valores sendo descontados regularmente dos contracheques dos servidores.

De acordo com a médica Maricalane Simonez, a situação é preocupante, especialmente para os servidores da educação, que representam a maior parte dos atendidos. “A maioria são professores, em estado de esgotamento mental. Muitos fazem tratamento contínuo para transtornos psicológicos e psiquiátricos. A terapia é o que os mantém em equilíbrio”, afirmou.

A profissional alerta que a interrupção pode representar riscos sérios à saúde dos pacientes. “Se não houver uma negociação ou um posicionamento oficial até o dia 15, seremos forçados a suspender também os atendimentos psicológicos e psiquiátricos. Já estamos orientando os pacientes a procurar diretamente o IPAM para solicitar providências.”

Além do impacto direto na saúde mental dos servidores, a falta de repasses também afeta os profissionais de saúde que prestam o serviço. “Seguimos trabalhando sem qualquer garantia de pagamento. Isso compromete nossa estrutura e nossa equipe”, diz a médica.

A crise financeira na gestão dos serviços de saúde do município já havia sido alvo de críticas no início do ano, quando fornecedores de medicamentos também relataram atrasos. Na ocasião, a Prefeitura chegou a divulgar ações de distribuição de remédios, mas, segundo relatos, sem quitar débitos com os fornecedores.

A situação atual levanta preocupações sobre a continuidade do atendimento aos servidores e a gestão dos recursos públicos destinados à saúde funcional. Até o momento, o IPAM não se manifestou publicamente sobre o caso.