Criança morre em hospital de Porto Velho e família denuncia negligência por falta de medicamento
Wilson Aguiar
Jun 18, 2025
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A morte de Isabella Sophia Araújo Damazio, de 10 anos, na última segunda-feira (16), no Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho, gerou comoção e revolta. A família acusa a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de negligência, alegando que a falta de um medicamento essencial foi determinante para o agravamento do quadro da criança.
De acordo com a mãe, Ireuma Silva, o medicamento Diazóxido, de uso contínuo e vital para o tratamento da filha, vinha sendo fornecido até novembro de 2023. Após essa data, mesmo com uma ordem judicial determinando a continuidade do fornecimento, o remédio deixou de ser entregue.
A família afirma que Isabella ficou os últimos quatro meses sem acesso ao medicamento, o que teria levado à piora no seu estado de saúde. A menina foi internada no início deste ano e permaneceu no hospital até falecer.
O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) confirmou que havia decisão judicial obrigando o Estado a fornecer o medicamento e informou que solicitou à Polícia Civil a abertura de inquérito para investigar a morte como possível homicídio qualificado por omissão.
O que diz a Sesau?
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Diazóxido é um medicamento manipulado, de uso restrito e geralmente fornecido mediante decisão judicial. Segundo a pasta, o fornecimento vinha sendo realizado por meio de contratos emergenciais, mas as duas empresas credenciadas deixaram de atender aos requisitos para renovação.
A Sesau disse ainda que abriu novo edital para credenciar fornecedores, porém, até o momento, nenhuma empresa se apresentou. A secretaria afirma que, após ser informada pela mãe sobre a falta do medicamento, a criança foi internada no Hospital Cosme e Damião, onde recebeu tratamento clínico.
Por fim, a Sesau lamentou profundamente a morte da paciente e disse estar à disposição para colaborar com as investigações.
